com MARCONI BISPO
DIREÇÃO: RODRIGO DOURADO
“Eu queria entender como o racismo havia afetado — ou ainda afeta — as minhas relações íntimas, desde os primeiros elos dentro da minha família, até as escolhas e não-escolhas que determinavam meus relacionamentos na fase adulta. Para mim, era importante saber se o fato de ser candomblecista, por exemplo, e externar isto das mais variadas formas (deixar minhas guias de orixás aparentes, assumir isto nas redes sociais, etc.) estava determinando o fato de estar sem ‘namorar’ há mais de dez anos”.
Foi com esta premissa que o ator e cantor Marconi Bispo procurou o diretor Rodrigo Dourado para, juntos, darem segmento à pesquisa que o Teatro de Fronteira tem realizado a partir do Biodrama e do Teatro Documental. O grupo percebeu a potência de desbravar aspectos da formação do povo brasileiro a partir das histórias e memórias de um homem negro de 40 anos – destes, 23 dedicados ao teatro – cruzando tais elementos com fatos recentes do país, bem como, observando como o negro aparece em diversas dramaturgias (Os Negros – Jean Genet; Arena Conta Zumbi – Guarnieri e Boal; Gota d’Água – Chico Buarque e Paulo Pontes) e em outras matrizes documentais: redes sociais, matérias e artigos de jornal, documentos históricos, etc.
Assim, partimos desta encruzilhada: as memórias familiares de Marconi; as memórias da sua trajetória no teatro; suas memórias como filho-de-santo/praticante do candomblé, as memórias cravadas em textos teatrais sobre o negro e o debate público sobre as questões raciais contemporâneas. O que resultou numa dramaturgia que transita entre passado e presente muito recente, público e privado, ficção e realidade. Luz e escuridão.
Luzir é Negro! é o primeiro investimento do Teatro de Fronteira na discussão sobre as questões raciais, embora seja marca do grupo o envolvimento com os sujeitos à margem, os/as que habitam as bordas. Assinala ainda este trabalho a presença de uma banda ao vivo (um violonista, Pedro Souza e um baixista, Deyvid Sankey).
LUZIR É NEGRO!
(PE)
31 de maio - 19H30 >
teatro marco camarotti
SINOPSE
Espetáculo autobiográfico protagonizado pelo ator e cantor Marconi Bispo, dirigido por Rodrigo Dourado. Na peça, o grupo investiga o racismo e suas manifestações na vida de um homem negro, nordestino, gay, candomblecista e periférico. Desta encruzilhada: as memórias familiares de Marconi; as memórias da sua trajetória no teatro; suas memórias como filho-de-santo/praticante do candomblé, as memórias cravadas em textos teatrais sobre o negro e o debate público sobre as questões raciais contemporâneas, resulta uma dramaturgia que transita entre passado e presente muito recente, público e privado, ficção e realidade. Luz e escuridão.
FICHA TÉCNICA
ATUAÇÃO: Marconi Bispo
DIREÇÃO: Rodrigo Dourado
DRAMATURGIA: Marconi Bispo e Rodrigo Dourado
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Rodrigo Cavalcanti
PRODUÇÃO GERAL: Marconi Bispo, Rodrigo Cavalcanti e Rodrigo Dourado
DIREÇÃO MUSICAL: Marconi Bispo, Deyvid Sankey e Pedro Souza
MÚSICOS: Deyvid Sankey (baixo acústico) e Pedro Souza (violões)
PREPARAÇÃO CORPORAL: Pollyanna Monteiro
COREOGRAFIA: Edson Voguee Flavio
FIGURINOS: Marcondes Lima e Teatro de Fronteira
CENOGRAFIA: Teatro de Fronteira
DESIGN DE LUZ: João Guilherme de Paula
EXECUÇÃO DE LUZ: João Guilherme de Paula
PROJEÇÃO E VÍDEOS: Ricardo Maciel
SONOPLASTIA: Rodrigo Dourado
EDIÇÃO DE TRILHA SONORA: Rodrigo Porto
CONTRARREGRA CÊNICO: Rafael Almeida
PROJETO GRÁFICO: Arthur Canavarro
REALIZAÇÃO: Teatro de Fronteira.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos.
DURAÇÃO: 120 minutos